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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Hipocrisia não combina com caridade!

   "O homossexual tem o direito, como todo ser humano, a uma vida plena de troca, partilha e comunhão afetiva, tão profunda quanto seja possível, perante a sociedade e a sua capacidade de adaptação e resiliência, diante da homofobia internalizada e do preconceito social." Andrei Moreira - Homossexualidade sob a ótica do espírito imortal

   Escutamos frequentemente no meio espírita que a experiência reencarnatória homossexual deve ser vivida através da sublimação da energia sexual, com total abstinência dos desejos físicos, utilizando esta energia em outras atividades como: a caridade, o amor ao próximo, o trabalho no bem.

   Hipocrisia, somos hipócritas! Exigimos do próximo algo para o qual nós mesmos não estamos preparados. Quem de nós heterossexuais está disposto hoje a abrir mão de sua vida sexual? Por que então exigimos do outro aquilo para o qual não estamos preparados.

   A sublimação da energia sexual deve ser escolha do indivíduo, do espírito independentemente de sua orientação homo ou heterossexual. É a escolha individual do espírito que encontra-se já desapegado dos desejos carnais, não deve ser imposta por qualquer que seja a crença, religião ou doutrina.

   O que é mal visto aos olhos de Deus não é o relacionamento afetivo e respeitoso entre duas criaturas, sejam elas do mesmo sexo ou não, mas o que é mal visto é a promiscuidade. Promiscuidade que existe tanto entre homossexuais, mas principalmente entre heterossexuais, basta ligarmos a televisão e teremos uma ideia dos compromissos que estamos assumindo nessa área da vida.


   No livro dos espíritos questão 695 nos diz:  "O casamento, ou seja, a união permanente de dois seres é contrária à lei da Natureza?
-- É um progresso na marcha da Humanidade."


   Atentemos que o insigne codificador Allan Kardec não utiliza o termo união entre um homem e uma mulher, mas o termo união entre dois seres. O casamento é um marco em nossa evolução quando dois seres se unem para constituir uma família e cuidar um do outro.

   E esta família não necessita ser consanguinea, nós que tanto pregamos a família espiritual como negar aos indivíduos a construção de uma família, a adoção de crianças, se poderão estar dessa forma resgatando débitos e reafirmando laços espirituais de amor do passado.

   O casamento e o sexo não servem unicamente para a reprodução, mas para a troca de afetividade e amor entre os seres. Afinal quem de nós chegou ao grau evolutivo tão desapegado a ponto de utilizar o sexo apenas como  meio de reprodução? Esta não é a sua finalidade única, ele é uma troca de energias, de afetos, de amor.

   Hipocrisia não combina com caridade!!

   "O casamento ou união permanente de dois seres, como é óbvio, implica o regime de vivência pelo qual duas criaturas se confiam uma à outra, no campo da assistência mútua. Essa união reflete Leis Divinas que permitem seja dado um esposo para uma esposa, um companheiro para uma companheira, um coração para outro coração ou vice-versa, na criação e desenvolvimento de valores para a vida" Emmanuel - Vida e Sexo

Nossos ídolos são de barro

   Temos por hábito cultuar ídolos, sejam na vida profissional, pessoal ou em qualquer área de nossa vida, talvez pela nossa carência de heróis procuramos no outro o ser perfeito, na referência, a meta a atingir, aquilo que gostaríamos de ser ou parecer.

   Mas quando passamos a conviver, por exemplo, trabalhar com nosso ídolo passamos a perceber sua imperfeição. Imperfeição que nos é comum a todos dado o grau evolutivo em que nos encontramos.

   Se você vê um profissional exemplar, eficiente, você poderá perceber que ao desenvolver estas características o indivíduo deixou para trás sua evolução como ser humano, como indivíduo, como espírito em busca da evolução. 

   O indivíduo ao realizar-se como profissional de sucesso pode tornar-se ser humano de difícil convivência, ao perceber-se intelectualmente superior deixa a soberba, a arrogância, o egocentrismo dominar sua vida e passa a tratar os demais como inferiores.

   Isso não é regra, não estou querendo dizer que todos aqueles que investem em seus estudos, em seus metrados, doutorados e pós docs tornar-se-ão péssimos seres humanos. Apenas faço uma reflexão sobre quais são os ídolos que estamos cultuando.

   Todos os nossos ídolos na Terra são de barro, imperfeitos como nós, e quebráveis a qualquer tombo. 

   Aquele que foi o maior de todos, o símbolo da perfeição e a meta a atingirmos não possuía graduação, pós graduação, mestrado ou doutorado e nunca julgou ninguém como superior ou inferior, ele não fazia diferenças entre ninguém.

   Foi simples carpinteiro para nos mostrar a importância do trabalho honesto, vestia sandálias, uma única túnica e não tinha sequer uma pedra onde descansar a cabeça, para nos mostrar a necessidade do desapego aos bens materiais. Fez-se carne como qualquer um de nós, socorria os caídos e dizia que veio para os doentes e não para os sãos, perdoava, amava, a todos recebia com uma sorriso indefinível para nos mostrar que não existem diferenças, que precisamos uns dos outros, e que somos iguais em desgraça, em dores e em necessidades provacionais. Se assim não o fosse não estaríamos mais nesse planeta de provas e expiações.

   "Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo? Jesus" (Questão 625 Livro dos Espíritos)

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Afogados no Materialismo

   "O índice de suicídios nos países civilizados é espantoso, porque a cultura é materialista, vivendo no inconformismo, e o prazer é o único motivo do significado existencial." Joanna de Angelis - Psicologia da Gratidão

   Vivemos numa sociedade consumista, arraigada aos bens materiais e às conquistas materiais. Os indivíduos são diariamente bombardeados pela necessidade do ter e ter cada vez mais. Pouco se valoriza o ser, o individuo é valorizado pela aparência, por suas conquistas materiais. Não importam seus valores, crenças, atitudes, importa o exterior.

   Não lhe perguntam quem é, mas o que é? Os valores morais estão cada vez mais sufocados pela busca do prazer desenfreado. valoriza-se o dinheiro muito mais do que o caráter.

   E quem não consegue chegar a estes patamares de conquistas materiais? Ficam segregados a bolsões de misérias e anonimatos, como se sequer existissem dentro da sociedade, buscando na violência e na marginalidade o seu status o seu "ter".

   Acaba-se por gerar indivíduos de ambos os lados em busca de um prazer inalcançável, pois buscado nos lugar errado. Busca-se o prazer e o bem-estar no exterior quando ele deve ser procurado dentro do indivíduo, na sua convivência com o próximo. 

   Convivência esta que deve ser pautada no doar-se ao outro e não em extrair dele o máximo de benefícios para si próprio. Não em utilizá-lo, mas aprender com ele, dividir-se com ele.

   Essa busca desenfreada só acarreta desilusão e solidão. Indivíduos cada vez mais fechados em seu egoísmo. Surge a dor como correção, a dor da solidão, a depressão.

   E esta encontra o indivíduo vazio de valores, vazio de fé, as idéias materialista do nada além da vida acabam levando-o a buscar no auto extermínio o fim do seu sofrimento. Sem saber que encontrar-se-á com sofrimento ainda maior ocasionado por sua escolha equivocada.

   Encontrar-se-á com os frutos de sua irresponsabilidade desvalorização da vida, que é dádiva divina, oportunidade de crescimento.

   "Mas aquele que não crê na eternidade, que pensa tudo acabar com a vida, que se deixa abater pelo desgosto e o infortúnio, só vê na morte o fim dos seus pesares. Nada esperando, acha muito natural, muito lógico mesmo, abreviar as suas misérias pelo suicídio.
   A incredulidade, a simples dúvida quanto ao futuro, as idéias materialistas, em uma palavra, são os maiores incentivadores do suicídio: elas produzem a frouxidão moral.
   A propagação das idéias materialistas é, portanto, o veneno que inocula em muitos a ideia do suicídio, e os que se fazem seus apóstolos assumem uma terrível responsabilidade. Com o Espiritismo, a dúvida não sendo mais permitida, modifica-se a visão da vida. O crente sabe que a vida se prolonga indefinidamente para além do túmulo, mas em condições inteiramente novas. Daí a paciência e a resignação, que muito naturalmente afastam a ideia do suicídio. Daí, numa palavra, a coragem moral." (ESE Cap. V Itens 15 e 16)

terça-feira, 24 de abril de 2012

O Médico é o pior paciente...

   "O médico é o pior paciente". 

   Sempre procurei entender está frase, mas não via sentido...

   Hoje compreendo perfeitamente, é extremamente difícil para quem está acostumado a socorrer, a amparar, a auxiliar, a ser instrumento de cura, passar para o outro lado.

   E não é por orgulho, vaidade ou impaciência, é a sensação das mãos ociosas.

   Mãos habituadas ao trabalho no bem, ao socorro, se vêem de repente impedidas, mesmo que temporariamente, não é nada fácil lidar com a angústia e a tristeza que se instalam sorrateiras...

   E isso não vale apenas para o médico do corpo, mas também ao médico da alma, àqueles que está habituado a socorrer os caídos, se vê caído. Não sente vergonha disso, pois todos somos necessitados, mas sente falta do trabalho no bem. É um estranho no ninho...

   Resta o exercício da paciência e da cura o mais breve possível para retornar renovado e apto ao trabalho.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Eu Procusto, tu Procusto, ele Procusto...

   "Há na Mitologia grega, a figura de Procusto que possuía em casa um leito de ferro do seu tamanho e tinha por hábito punir suas vítimas colocando-as nesse leito e adequando-as à sua medida. Se a pessoa fosse maior que o leito, tinha um pedaço do corpo decepado, se fosse menor, era esticada. Procusto tornou-se símbolo de rigidez e estreiteza de pensamento.
Os homens (e mulheres) procustos escondem-se de si mesmos atacando os diferentes, tentando uniformizar a vida aos seus padrões e perdendo, assim, a maravilhosa oportunidade de crescimento que a riqueza da diversidade oferece." Andrei Moreira - Homossexualidade sob a ótica do espírito imortal

   Quanto de nós não nos fazemos em diversos momentos da vida e até por toda ela verdadeiros Procustos. tentamos a todo custo adequar o outro aos nossos valores, ao que acreditamos ser o certo, ao nosso julgamento, à forma como imaginamos e gostaríamos que o outro fosse.

   É assim dentro das nossas famílias com irmãos, cônjuges e principalmente filhos, queremos muitas vezes traçar-lhes o destino que julgamos ser o mais adequado, o correto e que certamente nãos erá aquele que o outro escolherá e isso nos decepciona. Nos decepcionamos porque o outro não seguiu nossos conselhos, nossa autoridade até, mas o outro tem suas próprias necessidades, sua história como espírito imortal.

   Cada um de nós traz uma bagagem de experiências vividas em encarnações anteriores que lhe é própria e única. Assim, traz consigo na consciências os caminhos a seguir para sua própria evolução, as dores que terá de enfrentar e as dificuldades a vencer.

   Nos cabe aconselhar, guiar se esta é a nossa responsabilidade, mas nunca interferir no livre-arbítrio do outro.

   E assim ocorre também com os nossos preconceito, temos pré-conceito do que é certo e errado, no nosso estreito ponto de vista e a partir daí julgamos, apontamos os erros alheios como juízes duros e até cruéis.; Causamos traumas, fobias, medos no outro que não é aceto, que é diferente, que não se encaixa nos nossos valores.

   Mas quem somos nós para julgar? Se o maior que esteve entre nós nunca julgou ninguém, sempre acolheu a todos que lhe buscavam com carinho, com palavras de compreensão e de fé, nunca com reprovação. Seu ensinamento sobre isso: "Aquele que não tiver pecados atires a primeira pedra". 

   Quanto mal já geramos por queremos encaixar o outro nos nossos valores: inquisições, holocaustos e em pequeno grau dentro de nosso pequeno campo social, como estamos agindo? Compreendendo e amparando como o mestre? Ou somos pequenos Hitles, Torquemadas e tantos outros, juízes implacáveis da vida alheia?

  Não percamos a oportunidade de compreender e aprender com quem é diferente, pois todos somos diferentes uns dos outros, somos individualidades únicas, progredindo e aprendendo umas com as outras.

domingo, 22 de abril de 2012

Doce Rotina ou Doce Neurose?

   "Sempre se repudiaram as novas idéias e os novos hábitos, pois, quase sempre, as mudanças levam a uma certa insegurança psicológica, havendo pessoas que sentam verdadeiro horror diante de novos costumes e conceitos." Hammed - As Dores da Alma.

   Lendo hoje esta frase de Hammed me peguei a pensar sobre minha posição sobre o assunto.

   Confesso que mudanças em minha rotina me incomodam profundamente. Gosto de ter uma rotina programada, tal como, saber que pela manhã vou fazer determinadas atividades, que vou chegar ao meio dia em casa e que meu marido vai chegar em determinado horário da faculdade, que vamos conversar por algumas horas até a hora de irmos treinar e que depois vamos trabalhar novamente e que à noite vou fazer uma jantar pra nós dois (lembrei até da música do Roberto escrevendo isso) e que vamos jantar juntos e depois assistir TV abraçados e dormir determinado horário. Isso me traz segurança!

   Quando meu esposo e "técnico" (ele me treina para as minha corridas, mais especificamente está me treinando agora para a Maratona de POA) quando ele me passava treinos diários, isso me incomodava profundamente, porque fugia da minha programação diária, eu precisava a cada dia reorganizar meus planos e isso estava me deixando maluca, então passamos a organizá-los semanalmente, santo alívio!! Organizar a semana é bem melhor que ter que reorganizar o próximo dia a cada dia...

   Qualquer alteração na rotina me incomoda, mas será que existe realmente algum problema nisso?

   No meu trabalho, por exemplo, não vivo sem uma agenda, gosto de ter pré-programado na mesma todo o meu dia de trabalho e confesso que quando foge da programação, isso me incomoda. O fato de as pessoas não serem organizadas dessa forma e deixarem as coisas "laissez-faire" também me incomoda profundamente.

   Não fico em pânico frente às mudanças, procura lidar com elas da melhor forma que posso, mas gosto de uma rotina, gosto de seguir determinados hábitos... há algum problema nisso? O que Freud diria a respeito? Que sou neurótica, maníaca, ou mesmo maluca?

   Gosto de listas quando vou ao mercado, preciso ter tudo anotado, organizado. Quando vou ao centro da cidade fazer algumas atividades costumo anotar todas as atividades que preciso fazer, os locais onde preciso ir em um papelzinho que coloco em meu bolso e o qual confiro antes e após as atividades.

   Outro dia conversava com meu esposo que gosta de estudar através de mapas mentais, característica de quem não possui pensamento linear. O meu pensamento é absolutamente linear, gosto de inicio, meio e fim. E é interessante ter ao lado uma pessoa que pensa de forma oposta, de forma sistêmica. Ele consegue ser desorganizado e disciplinado ao mesmo tempo.

   Olhando seus mapas mentais, que utiliza para estudar, se eu precisasse utilizá-los surtaria hehehehehe.

   Mas existirá um certo e um errado? Existirá a necessidade de um meio termo? Ou o simples "não exagerar nos extremos" resolve? 

   Rotina, doce rotina!! Eu adoro e você?