Nova postagem no blog próximo sábado

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Tua Família



No dicionário Aurélio família é definida como: todas as pessoas do mesmo sangue, como filhos, irmãos, sobrinhos etc. / Grupo de seres ou coisas que apresentam características comuns: família espiritual.
A família para a doutrina espírita é um laboratório onde os espíritos que têm algo a justar entre si tem um longo período de convivência que os possibilite isto. Nelas renascerão espíritos que são desafetos de outras existências. Assim como renascerão espíritos amigos para auxiliar as reconciliações.
Joanna de Angelis nos diz que “A família é, antes de tudo, um laboratório de experiências reparadoras, na qual a felicidade e a dor se alternam, programando a paz futura.”
As obras da codificação falam sobre a família em diversos trechos, entre eles, citamos:
ESE cap. XIV itens 8 e 9;
ESE cap. IV itens 18 e 19;
LE questões 773 a 775.
As famílias são de dois tipos: corporais e espirituais. As famílias corporais formam-se pela necessidade que temos de encarnar, são os laços consangüíneos e esta pode e deve transformar-se em família espiritual.
As famílias espirituais estão ligadas pelas afinidades, simpatias entre os espíritos que nem sempre ocorrem na família corporal. Quando encarnados os de nossa família espiritual podem nos acompanhar na encarnação e os reconhecemos pela imensa alegria que sentimos em sua presença, pela afinidade que nos liga mesmo quando não existem laços consangüíneos. Ou podem nos acompanhar no mundo espiritual velando por nós.
Com relação à nossa família corporal na qual convivemos tanto com afetos quanto desafetos anteriores devemos considerar que muitas vezes a convivência diária, a rotina, o dia-a-dia acaba por diminuir distancias que o respeito impõe. Ou seja, no lar mostramos o que há de melhor e pior em nós e muitas vezes com a desculpa do cansaço, do stress, do excesso de trabalho nos julgamos no direito de agredir, maltratar, humilhar.
Ao invés de pensarmos no que devemos oferecer aos familiares, pensamos no que eles nos devem dar. Lembramos sempre seus deveres em relação a eles e em função disso nos irritamos quando não correspondem às nossas expectativas.
Sobre isso nos diz André Luiz:
“A paisagem social da Terra se transformaria imediatamente para melhor se todos nós, quando na condição de espíritos encarnados, nos tratássemos, dentro de casa, pelo menos com a cortesia que dispensamos aos amigos”.
Esta em voga neste momento, a discussão sobre a lei da palmada que proíbe os pais de baterem em seus filhos. Façamos uma reflexão: muitos de nós acreditamos que palmada educa, que se apenas dialogarmos nossos filhos perderão o respeito. Isto porque confundimos respeito com medo. Quando usamos qualquer forma de agressão com nossos filhos isso inclui palmadas, gritos, agressão verbal eles terão medo e não respeito.
Respeito não se impõe, se conquista e se conquista através do diálogo e principalmente do exemplo. É pelo exemplo que ensinamos o certo e o errado. A agressão, a violência só gera e ensina violência. A criança se submeterá enquanto for mais fraca, quando adolescente verificar que sua força física é equivalente a dos pais irá revidar, irá agredir, pois foi agressão que aprendeu.
Quando agredimos os hematomas externos podem durar um ou alguns dias, mas os internos (os da alma) podem durar a vida toda.

No nosso lar e na vida em geral quando estivermos a ponto de explodir, respiremos. O ar invadindo os pulmões nos dá serenidade.
E pensemos: ‘Se o outro deixasse de existir, como seria a nossa vida?’ Se a resposta for um pouco mais vazia é a certeza de que podemos agir de forma diferente. Tolerar mais, ouvir mais, perdoar mais. E porque não é um inimigo que está a nossa frente. É um espírito em busca da perfeição tanto quanto nós. Precisamos uns dos outros para evoluirmos, precisamos nos apoiar mutuamente.
Evitemos estabelecer com os familiares elos de ódio, porque a vida nos unirá novamente para que refaçamos esses laços transformando-os em afeto.
Para uma melhor convivência no lar precisamos começar mudando a nós mesmos combatendo o orgulho e o egoísmo para ter humildade de compreender que muitas vezes também somos motivo, que nem sempre são os outros os culpados pelos desentendimentos.
Utilizando o dialogo diário para compreender as dificuldades dos outros e buscar soluções.
Cultivando a simpatia, sermos menos carrancudos para que os outros tenham coragem e liberdade para dialogar conosco.
Esquecendo maus sentimentos como mágoas e rancores de nossos familiares que erraram conosco, porque nós também erramos e muito.
Respeitando o espaço dos outros, nós não somos donos da verdade e nem de ninguém.
Aceitando as diferenças, ninguém é igual, aceitando defeitos e estimulando qualidades.
Diálogo e perdão são virtudes que ajudam a resolver conflitos para um dia-a-dia familiar mais feliz.
Costumamos não dizer que amamos as pessoas que convivem conosco porque creditamos que o outro sabe automaticamente o que sentimos. Mesmo que saiba é bom e faz bem à alma recordar nosso amor ao próximo. Quando sentirmos vontade de externar esse sentimento pela palavra ou por um gesto de carinho, um abraço ou um beijo não reprimamos.
É também essencial o exercício da fé. Compartilharmos com nossa família a nossa fé. Como espíritas devemos realizar, pelo menos uma vez por semana, o Evangelho no Lar com todos aqueles que compartilham o nosso lar. Através das leituras e preces irradiamos vibrações positivas.
André Luiz nos diz em Os Mensageiros que “Toda vez que se ora num lar, prepara-se a melhoria do ambiente doméstico. Cada prece do coração constitui emissão eletromagnética de relativo poder. Por isso mesmo, o culto familiar do evangelho no lar não é tão só um curso de iluminação interior, mas também um processo avançado de defesa exterior pelas claridades espirituais que acende em torno”.